A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mantém postura discreta nas articulações relacionadas a Jorge Jesus como possível técnico da Seleção. O planejamento atual da entidade considera o calendário do Al Hilal, clube do treinador português, e a possibilidade de redução da multa contratual a partir de maio como fatores determinantes para os próximos passos.
Jorge Jesus tem vínculo com o clube saudita até 30 de junho. Esse contrato prevê cláusula que estende a permanência do técnico caso o Al Hilal avance ao Mundial de Clubes. Segundo informações da imprensa portuguesa, a multa para rescisão no início de abril girava em torno de 5 milhões de euros. A partir de maio, esse valor cai para menos de 3 milhões de euros. A CBF já tomou conhecimento da cláusula, e o custo financeiro não é visto como entrave, caso se opte por aguardar o fim dos compromissos do treinador.
O Al Hilal ainda disputa a Champions League Asiática, com jogos entre 25 de abril e 3 de maio, em Riad. Jorge Jesus condiciona qualquer definição sobre sua saída à participação do clube no torneio continental. Além disso, a campanha no campeonato nacional saudita também interfere diretamente nas tratativas. Atualmente, a equipe está quatro pontos atrás do Al Ittihad, restando nove rodadas. Caso o Al Hilal mantenha chances de título, a CBF deverá esperar até o encerramento da liga, previsto para 25 de maio.
Nos bastidores da entidade, o tema está em análise, considerando também os prazos da próxima Data Fifa. A convocação preliminar da Seleção deve ser enviada à Fifa até 18 de maio. Já a apresentação dos atletas está marcada para 2 de junho, com partidas contra o Equador, no dia 5, em Quito, e contra o Paraguai, no dia 10, ainda sem local confirmado.
Durante esse período, a CBF sustenta publicamente que não há negociações em andamento. A tendência é que o próprio Jorge Jesus siga a mesma linha em eventuais declarações à imprensa, como a prevista em entrevista coletiva após o clássico entre Al Hilal e Al Nassr, nesta sexta-feira.
A indefinição também permite que outros nomes permaneçam no radar. Abel Ferreira, do Palmeiras, e José Mourinho, atualmente no Fenerbahçe, são observados. No entanto, ambos têm contratos com prazos superiores ao de Jorge Jesus, o que limita alternativas imediatas.
A avaliação da CBF é de que qualquer movimentação precisa considerar os desdobramentos esportivos e contratuais até o fim de maio. Nesse intervalo, não está prevista formalização de propostas, mantendo o cenário em compasso de espera.
