Ataques de peixes levam à interdição de lagoa em balneário de Bonito

Ataques de peixes levam à interdição de lagoa em balneário de Bonito

Praia da Figueira tem área aquática fechada após casos de mordidas; Imasul exige medidas de segurança

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) determinou a interdição parcial do balneário Praia da Figueira, em Bonito (MS), após relatos de ataques de peixes a banhistas. A cidade, considerada polo nacional do ecoturismo, registrou ao menos 30 atendimentos na rede pública de saúde relacionados a mordidas de peixes somente em 2024. Um dos casos resultou na amputação parcial do dedo de uma visitante.

Os registros ocorreram na lagoa artificial do balneário, um empreendimento privado com elevado fluxo turístico. A área abriga quiosques com serviço dentro da água, um mirante voltado para o Rio Formoso e regiões rasas utilizadas para observação de peixes. Espécies como pacu, dourado, matrinxã e tambaqui foram introduzidas no local.

Inicialmente, o Imasul suspendeu todas as atividades do complexo, incluindo trilhas e áreas de lazer fora da água. Após recurso apresentado pelos administradores, a parte seca foi liberada, mas a lagoa continua interditada. A autarquia ambiental exige a instalação de barreiras físicas e sinalização informativa para impedir o acesso dos visitantes à água.

A denúncia foi feita pela prefeitura de Bonito, que notificou o Imasul após os atendimentos no Hospital Darci João Bigaton. O município afirma que mais de 80% dos incidentes ocorreram na Praia da Figueira. Um dos episódios envolveu uma professora aposentada, mordida em um dos quiosques submersos no dia 17 de março.

Autor de estudo sobre espécies nativas, o pesquisador Diogo Hashimoto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), identificou o tambaqui como a segunda espécie mais cultivada em cativeiro no Brasil, atrás apenas da tilápia. Segundo o estudo, o tambaqui possui alimentação baseada em vegetais, sementes e frutos, sem comportamento predatório direcionado a humanos.

A prefeitura informou que a Fundação de Turismo acompanha o caso e defende a necessidade de adequações para garantir segurança aos turistas. O município também reforça a importância da preservação ambiental para manter a atratividade da região como destino de ecoturismo.

Em nota, o Imasul reiterou que, embora tenha revogado parcialmente a suspensão da licença de operação, todas as atividades na lagoa artificial seguem proibidas. As demais áreas do complexo podem funcionar, desde que não envolvam contato com o lago. A administração da Praia da Figueira e o Grupo Praia Parque foram contatados, mas ainda não se manifestaram.

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