Motorista que causou morte de família esmagada por caminhão no Paraná estava sob efeito de droga, diz polícia

Motorista que causou morte de família esmagada por caminhão no Paraná estava sob efeito de droga, diz polícia

Homem foi indiciado por três homicídios com dolo eventual; vítimas só foram encontradas no dia seguinte, sob carga de toras

A Polícia Civil do Paraná concluiu nesta segunda-feira (7) o inquérito que apura o acidente que matou três pessoas da mesma família na rodovia PR-340, em Ortigueira, nos Campos Gerais. O motorista do caminhão que tombou sobre o carro onde estavam as vítimas foi indiciado por três homicídios qualificados com dolo eventual e por conduzir veículo sob efeito de substância psicoativa. O nome do condutor, de 41 anos, não foi divulgado. 

De acordo com o delegado João Paulo Martins Barreiro, o caminhoneiro dirigia sob efeito de cocaína, conforme atestado em exame toxicológico, e trafegava a cerca de 75 km/h em um trecho com limite de 40 km/h. Ele descia uma curva acentuada, sem utilizar o freio motor e com marchas inadequadas, o que levou ao superaquecimento dos freios e à perda do controle do veículo carregado com 35 toneladas de toras de madeira. 

As vítimas, Ana Carolina Pires de Oliveira, de 25 anos, o namorado dela, José Ronaldo Pereira da Silva, de 38, e Jandira Marciliano Pires, de 63, mãe da jovem, estavam em um carro que seguia para a cidade vizinha de Telêmaco Borba para passar o Réveillon. O veículo foi esmagado pela carga do caminhão por volta das 20h de 31 de dezembro de 2024, mas os corpos só foram encontrados no dia seguinte, quando a carga foi removida. 

Segundo a polícia, o motorista não comunicou às autoridades sobre a presença do carro sob o caminhão tombado, o que retardou o resgate das vítimas. Ainda de acordo com o inquérito, imagens internas da cabine da carreta registraram comportamento anormal do condutor antes do acidente, como gesticulações excessivas e direção com apenas uma das mãos. 

O delegado classificou a conduta como dolo eventual, ou seja, quando o autor assume o risco de provocar o resultado. Também foi aplicada a qualificadora de uso de meio que resultou em perigo comum, por se tratar de um acidente em local público com risco a terceiros. O homem teve a habilitação suspensa por decisão judicial e está sujeito a outras medidas cautelares, mas não houve decretação de prisão até o momento. 

Na época do acidente, o motorista afirmou que não viu o veículo embaixo da carga tombada e que sofreu ferimentos, sendo encaminhado ao hospital. Com informações G1.